Sangue de Deus?! (Atos 20.28)

Para muitos cristãos a humanidade de Cristo é como um parente indesejável. Evitam recebê-la em sua fé. Não gostam de perceber o lado humano de Jesus, ou mesmo emprestar para a figura de Cristo um perfil humano. É como se fosse um sacrilégio olhar Jesus apenas como um ser humano excluindo dele a divindade tão exigida que supostamente aparece nos relatos das Escrituras. É um pecado mortal, alegam os mais espirituais e piedosos.

Será muito justo se dissermos que todo esse desacerto doutrinário tem um único culpado: a nossa Ortodoxia Protestante, a qual está envolvida com o mundo sagrado católico romano até o pescoço. Ela recebeu tudo aquilo que diz respeito à divindade e deidade de Jesus, mas não percebeu (?) que todo esse material é oriundo dos velhos concílios do passado, e que a Trindade é um monopólio da Igreja Católica, e é um dos maiores embustes doutrinários de todos os tempos.

Os adeptos da interpretação convencional parecem não se importar de sofrer o ridículo quando alguém lhes questiona sobre Deus ter sangue, mesmo quando a menção aponta para o Senhor Jesus como sendo esse Deus. Fazem silêncio; não respondem. Evitam entrar  fundo na discussão, e como desculpa soltam aquele velho jargão: “É um mistério!”

Realmente é um mistério. Acredito que por isso está escrito na testa da Grande Meretriz em Apocalipse 17:5: “Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra”. Sem perceber, os Trinitarianos denunciam a identidade da Grande Babilônia quando respondem com a palavra “Mistério” os questionamentos sobre a Trindade.

Vamos ao texto de atos 20:28; qual tradução seria a mais viável: “Pastorear a igreja do Senhor, que Ele comprou com o seu próprio sangue“, “Pastorear a igreja de Deus, que Ele comprou com o sangue do seu próprio Filho” ou “Pastorear a igreja de Deus, que Ele comprou com o seu próprio sangue?”

Evidente que para os trinitarianos a última opção é a verdadeira. Eles entendem que esta referência mostra que Jesus é Deus porque foi Jesus quem comprou a igreja com seu próprio sangue. E como a passagem diz que Deus comprou a igreja com seu próprio sangue, logo, Jesus é Deus.

Veja a tradicional versão de Atos 20: 28; “Acautelai-vos, pois, por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue”.

Como outras traduções apresentam este verso

“…, por meio do sangue do seu próprio Filho” – Bíblia na Linguagem de Hoje – SBB.

“…, pelo sangue do seu próprio Filho” – Bíblia de Jerusalém.

“…, por meio do sangue do seu próprio Filho” – BMD (Bíblia Mensagem de Deus) 1983

“…, por meio do sangue do seu próprio Filho”- BF (Bíblia Fácil), Paulo Avelino de Assis, Centro Bíblico Católico

Note como a KJA traduziu todo o texto: “Concluindo, tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como epíscopos para pastoreardes a Igreja de Deus, que Ele comprou com o sangue do seu Filho Unigênito” – King Jamesd Atualizada.

Bíblia de Jerusalém em Espanhol: “Tendes cuidado de vosotros y de toda la grey, en medio de la cual os ha puesto el Espíritu Santo como vigilantes para pastorear la Iglesia de Dios, que él se adquirió con la sangre de su propio hijo” – Atos dos Apóstolos, 20 – Bíblia Católica Online

Veja outras traduções em Inglês

“o sangue de seu próprio filho”.
(NET) Tradução Nova em Inglês – 2005

“o sangue de seu próprio filho”.
(NRSV) Nova Versão Padrão Revisada – 1989

“o sangue de seu próprio filho”.
(RSV) Versão Padrão Revisada – 1946

“a morte de seu próprio filho”.
Bíblia em Inglês Comum – 2011

“sangue do próprio filho”.
Bíblia Judaica Completa – 1998

“o sangue de seu próprio filho”.
(CEV) Versão Inglesa Contemporânea – 1995

“o sangue do seu filho”.
(GNT) Boas Novas Tradução – 1992

“o sangue de seu próprio filho”.
Bíblia Online Lexham – 2010

“a morte de seu próprio filho.”
(NCV) Versão do Novo Século – 2005

“o sangue de seu próprio filho”.
(VOZ) A Tradução da Bíblia – 2011

Muitos estudiosos do texto bíblico entendem que a frase “a igreja do Senhor” (encontrada em nenhum outro lugar do Novo Testamento) foi substituída pela mais familiar, “a igreja de Deus” (encontrada onze vezes nos escritos de Paulo). Na verdade, isso não faria diferença, pois Senhor aqui é o próprio Deus. Quando os dois são abreviados, como costumava acontecer em alguns manuscritos, é por que há apenas uma diferença de uma letra entre eles. A leitura, “a igreja do Senhor e Deus”, é uma combinação das duas leituras, assim como “a igreja do Senhor Deus”, que é lida por muitos dos manuscritos bizantinos. As ocorrências nas quais aparece a expressão ‘Igreja de Deus’ estão em 1 Coríntios 1:2; 10:32; 11:22; 15:9; 2 Coríntios 1:1; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5, 15.

Tanto a Sociedade Bíblica Americana quanto o Instituto de Pesquisa do Novo Testamento da Alemanha (que produz o texto grego Nestlé-Aland) concordam que a evidência do manuscrito apoia a leitura “tou haimatios tou idiou”, literalmente traduzido como, “o sangue de Seu próprio (Filho)”, e não “idiou haimatios”, “seu próprio sangue”. Deus pagou por nossa salvação com o sangue de Seu próprio Filho, Jesus Cristo.

E de fato é o que temos nesse versículo: “Acautelai-vos, pois, por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio filho”.

Se fosse realmente o sangue de Deus, em vez de o sangue do homem Jesus Cristo, então não houve resgate – somente o sangue de um ser humano poderia realizar a substituição pelo pecado de Adão. Jesus, sendo o nosso sumo sacerdote designado por Deus, oferece seu próprio sangue diante do Pai, que recebe o sacrifício (Salmo 8:5; João 17:1, 3; Hebreus 2:9; 3:1, 2; 9:14). É claro que, na realidade, o Deus Todo Poderoso é um ser espiritual e não tem carne e sangue (João 3:24; 2 Coríntios 3:17)

A Escritura não poderia nunca reclamar que o sangue de Deus foi derramado, nem mesmo como figura apontando para Jesus. Acredito eu que este é o único versículo em todo o Novo testamento que jamais deveria ser traduzido como sendo Deus quem derramou seu sangue por causa do sacrifício pelo pecado, que deveria ser feito por um homem. A ênfase dada ao Pai no texto destrói todo o contexto do sacrifício quando se fala que um ser imortal (I Tm 6:15) derramou sangue.

Adão era um homem incorrupto, que pecou, tornou-se corrompido, sendo condenado à morte, e sob a lei divina, poderia ser resgatado somente pelo sacrifício de um homem, sem pecado e incorrupto. A lei declara: “Olho por olho, dente por dente, e vida de um homem para a vida de um homem” (Êxodo 21:24). Assim, o sangue de touros e bodes jamais poderia fazer expiação pelo pecado de Adão, porque não corresponde a exigência (Hebreus 10:4). O homem pecador deveria ser resgatado por outro homem, mas sem pecado.

Portanto, a tradução de Deus (que derramou seu “próprio sangue”) para dentro do texto é espúria. Ela não permite que se faça uma comparação de Jesus como Deus, pois declara que Deus pode morrer. O Filho é o sujeito do texto, e apocalipse enfatiza isso quando afirma que foi ele quem nos comprou: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”. Apo 5:9

I Coríntios 7: 22,23 também nos diz algo: “Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre, servo é de Cristo. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens”.

As palavras sangue de Deus chega a ser uma aberração no texto. O susto para um judeu monoteísta incrédulo ler o versículo dessa forma seria inevitável! Aliás, acho até que a composição do verso é uma agressão à inteligência das pessoas. A primeira vista a pergunta que surge é: DEUS TEM SANGUE? Na verdade, esse versículo é o único em toda a Bíblia que não deveria ter Deus nessa função. Motivo disso é o contexto do sacrifício, exigido por alguém semelhante aos pecadores, segundo diz hebreus: “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Heb 2:17).

Em João 4.24 a Bíblia diz que “Deus é Espírito”. Espírito não tem sangue, muito menos carne e ossos. Jesus, quando ressuscitou, disse a Tomé em Lucas 24: 39 “Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho”. O Deus Todo-Poderoso é um ser espiritual e não tem carne e sangue.

“O que está em causa aqui é o final do verso, cuja leitura dá a entender que Deus tem (ou teve) sangue, e isso só poderia ser cogitado, se aplicado a Cristo, dizendo que a humanidade de Jesus é a própria Deidade.

Assim, aqui existem, pelo menos, duas questões:

1) A humanidade de Jesus é também deidade? Ou seja, Jesus é de única natureza, de tal modo que o sangue não é do homem Jesus, mas de Deus? Será que a deidade se transformou em carne também e vice-versa?

2) A expressão “seu próprio sangue” pode significar outra coisa que não uma relação de identidade direta?

A primeira é menos provável se tomarmos a Bíblia em seu sentido amplo, pois além de descaracterizar quem é Deus, anularia o sacrifício de Cristo: um humano resgatando a humanidade (o segundo Adão), assim como um humano fez cair a humanidade (o primeiro Adão). Rm. 5.14 mostra que foi o homem Jesus, enviado pela graça de Deus que verteu o seu sangue.

Em favor da segunda opção temos o resto da Bíblia, que nos informa que Deus é Espírito (Jo. 4.24) e que um espírito não tem carne e ossos, consequentemente não tem sangue (Lc. 24.39).

Assim, sangue é algo físico, inerente à matéria. Nesse sentido, o sangue de Deus, não pode significar que Deus tem sangue, mas que o sangue pertence a ele.

Além do mais, se o sangue em At. 20.28 é o sangue das “veias” de Deus, isto significaria inapelavelmente que Deus morreu, já que foi esse sangue que teria sido vertido na cruz, mas as Escrituras dizem: I Tm. 1.17 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.” O IMORTAL não morre. Se um dia o IMORTAL morreu não era, então, de fato, IMORTAL, pois pôde morrer, provando sua mortalidade. Deus não poderia ter dado “seu próprio sangue” e não ter sido considerado MORTO. Mas, isso tornaria falso I Tm. 1.17.

Mas, será que existe apoio linguístico para a acepção de que o sangue pertence a Deus, sem ser o sangue do próprio Deus em si? Sim, existe! A expressão “διὰ τοῦ ἰδίου αἵματος” pode ser entendida de duas formas: a) atributivamente, que é como a maioria dos trinitários entende; ou b) possessivamente, significando que o sangue é de alguém que pertence a Deus. Isso tem apoio do resto da Bíblia que apresenta Deus e Jesus como seres distintos, não apenas pessoas distintas!

As escrituras dizem: “Corpo me preparas-te” (Hb. 10.5). A epístola aos hebreus deixa claro que Deus preparou um corpo não para si próprio, mas para outro. O verso 7 dessa mesma epístola mostra, mais uma vez de forma clara, que quem adquiriu o corpo não foi Deus, mas alguém disposto a fazer a vontade de Deus.

O contexto onde esse verso de Atos está inserido fala, no mesmo capítulo, de Deus e de Jesus em distinção várias vezes: At. 20.21,24, 27. O fluxo do texto não leva os leitores a acreditarem que Jesus é o mesmo Deus de quem aparece em distinção recorrentemente.

Apoio de trinitaristas! O entendimento de não tratar-se do “sangue de Deus” não é exclusividade dos unitarianos. É uma constatação lógica do texto bíblico. Basta lembrarmos que a palavra “Deus” ocorre certa de 1.340 vezes. Note 1.340 vezes. Desta milhar e algumas centenas apenas raras, realmente raras vezes o termo é aplicado, em teoria, a Jesus (talvez umas 6). E todas essas escassas vezes o texto não está livre de apuração. E At. 20.28 é um caso típico!

O PhD Dr. Murray J. Harris que é professor emérito de exegese do Novo Testamento e teologia na Trinity Evangelical Divinity School, em Deerfield, Illinois, diz em seu livro “Jesus como Deus – O uso Theos no Novo Testamento, em referência a Jesus” (Grand Rapids: Baker Book House, 1992), 141: “nesta construção de ίδιος é mais provável que θεός é Deus, o Pai e o objeto não expresso de περιεποιήσατο é Jesus”. Ou seja, mesmo os que defendem Jesus como Deus reconhecem que o texto não pode se referir ao sangue do Deus que é Espírito, mas pertencer a ele, através do Filho que é dEle.

Há uma variante grega, usada na USB, que traz a parte final do verso assim: “διὰ τοῦ αἵματος τοῦ ἰδίου”. Literalmente se traduz: “com o sangue de seu próprio”. Há uma expressão similar em Rm. 8.32 onde encontramos “τοῦ ἰδίου υἱοῦ” (seu próprio Filho). Já vimos que a outra variante pode ser usada tanto atributivamente como possessivamente. Então se houvesse apenas ela a possessividade já era constatável. Mas, esta mostra diretamente a possessividade, o que permite concluir que o texto fala do sangue do Filho. Esse uso não é estranho. Matzger em “Um Comentário Textual em grego do Novo Testamento”, 2 ª ed. (Stuttgart: Sociedades Bíblicas Unidas, 1971.), 426, diz: “Este uso absoluto de ‘idios’ é encontrada em papiros gregos como um termo carinhoso referindo-se a parentes próximos”.

A Bíblia de Jerusalém, que é uma bíblia produzida por católicos e protestantes, assim verteu o verso: “nele o Espírito Santo vos constituiu guardiães, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si pelo sangue do seu próprio Filho”. Assim também entenderam os tradutores católicos e trinitários da versão da CNBB: “o Espírito Santo os constituiu como guardiães, para apascentarem a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si com o sangue do seu próprio Filho”. Outra versão protestante, logo, feita por trinitarianos, NTLH apresenta o verbo com a redação: “o Espírito Santo entregou aos seus cuidados, como pastores da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.”.

Nota-se com isso que, seja católico, seja protestante ou, ainda, os dois juntos, os tradutores não têm dificuldades em perceber que ali não se trata do sangue de Deus em si.

Logo, o entendimento unitariano que vê em At. 20.28 a Bíblia falar do sangue que pertence a Deus porque o Filho pertence a ele, tem apoio não somente do ponto de vista bíblico (Rm 8:32 “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?“), mas linguístico e exegético, refletido em reconhecidas traduções bíblicas e renomados exegetas trinitários. Claro, só a Bíblia já bastaria, mas essas informações extras são só para mostrar que esse entendimento não é exclusivo do unitarianismo” (1).

1) FILHO, Valdomiro — Atos 20:28

3 comentários em “Sangue de Deus?! (Atos 20.28)”

  1. A tradução de Deus que derramou seu “próprio sangue” é espúria?
    É o que está literalmente escrito no grego.

    Ela não permite que se faça uma comparação de Jesus como Deus?
    Pelo contrário, esta tradução pretende afirmar justamente que Jesus é o próprio Deus encarnado.

    Quanto ao Filho, Ele opera a sua própria ressurreição em virtude do seu poder divino, aliás, é d’Ele esta afirmação explícita: «Eu dou a minha vida para retomá-la. Tenho o poder de a dar e o poder de a retomar».
    A ressurreição dá-se a partir da pessoa divina de Cristo, que ficou unida à sua alma e ao seu corpo, separados entre si pela morte, pela unidade da natureza divina, que continua presente em cada uma das duas partes do homem, estas unem-se de novo. Assim, a morte é produzida pela separação do composto humano e a ressurreição pela união das duas partes separadas.

    Portanto, a declaração de que Deus derramou o seu próprio sangue, é na verdade a afirmação de que o sangue de Cristo é o sangue de Deus.

    1. Sr Romão, grato pela visita.

      Deus é espírito, e um espírito não tem carne e nem sangue (Lc 24:39). Outra coisa, deuses não podem vir, literalmente, para à terra (Dn 2:11). Além disso, ao dizer que a parte divina de Jesus não morreu, você está anulando o sacrifício. Você está insinuando que Jesus existe fora de todos os tempos, ou que ele sempre existiu a partir da eternidade passada infinita com uma existência contínua ininterrupta para o futuro infinito. Esse ponto de vista sugere que Jesus, enquanto aqui viveu, era uma coisa do outro mundo, alguém que tinha um poder incomum devido a uma vida anterior com o Pai. Está é uma maneira de negar que ele veio em carne. Isto é um perigo mortífero, pois insinua que o Messias jamais morreu.

      O jargão no discurso trinitariano de vocês é o mesmo de sempre: “quem morreu foi a natureza humana de Jesus e não a divina”. Vocês dizem que mesmo estando na sepultura, o Jesus divino continuava vivo.

      Observe aqui a realidade dos contextos: “… Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre”, Ap 1:18.

      “… Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”, Ap 2:8.

      A proposta trinitariana sugere que Jesus morreu, mas uma parte dele ficou viva em outro lugar. No entanto, há um contraste entre o seu ser morto com estar vivo para todo o sempre, como atesta o verso acima, o que esclarece que ele morreu mesmo.

      Jesus nunca foi preexistente e muito menos era (um) Deus. Ele é descendente de Davi e Abraão (Mat 1:1). Isso significa que ele não pode ter vívido antes de seus ancestrais.

      Jesus é fruto do ventre. Sua vida teve início no ventre da sua mãe: “Sobre ti, fui lançado DESDE a madre; tu és o meu Deus DESDE o ventre de minha mãe” (Salmos 22:10). Compare com Gênesis 3:15 onde é dito que ele é semente da mulher.

      Um homem nascido de mulher não pode ser divino (Gal 4:4. Compare com Rom 8:3 e atente para a frase: “enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado“). Um homem chamado de último Adão, não pode ser divino (1 Cor 15:45).

      Jesus é deste mundo, não da eternidade:

      “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo” 1 João 4:2,3

      “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2 João 1:7).

      Confessar que ele é preexistente é dizer que ele não veio em carne. Confessar que ele veio em carne é o mesmo que dizer que ele foi um ser humano – que ele é desse mundo. A NTLH nos dá o sentido do texto: “Muitos enganadores têm se espalhado pelo mundo, afirmando que Jesus Cristo não veio como um ser humano. Quem faz isso é o Enganador e o Inimigo de Cristo”.

      Dizer que ele não veio como um ser humano é a mesma coisa que dizer que ele veio com duas naturezas, uma divina e uma humana.

      Agora veja 1 João 4:2,3 pela NTLH: “É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo”.

      Ele nasceu somente humano, sem divindade alguma: “Este é aquele que VEIO POR ÁGUA E SANGUE, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1 João 5:6).

      Quem venceu por nós foi um homem e não um androide sagrado!

      Agora, você alegar que foi Jesus quem ressuscitou a si próprio vai contra o testemunho das Escrituras. Deus ressuscitou Jesus:

      Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Atos 2:32

      e matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Atos 3:15

      seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós. Atos 4:10

      O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro; Atos 5:30

      A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e lhe concedeu que se manifestasse, Atos 10:40

      mas Deus o ressuscitou dentre os mortos;
      Atos 13:30

      Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção experimentou. Atos 13:37

      mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; Romanos:4:24

      E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. Romanos:8:11

      Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; Romanos 10:9

      Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por intermédio de homem algum, mas sim por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos), Gálatas 1:1

      tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos; Colossenses 2:12

      e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura.
      1 Tessalonicenses 1:10

      que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus. 1 Pedro:1:21

      Fica na paz

  2. Kurt Dreyer, eu não entendi perfeitamente sua pergunta. Se a resposta não for satisfatória, então pode fazer a pergunta outra vez.

    Bem, o sistema não só diz que essa guerra teve início na fundação do mundo, mas dizem (Católicos e Protestantes) também que a Mulher é Maria e o menino é Jesus.

    Duas interpretações sem sentido algum. Não há no NT nenhuma referência que possa ser aplicada a favor de Maria e de Jesus. Nem usando o exemplo da fuga para o Egito.

    E se levarmos a cena para a fundação do mundo, fica pior. Já está dificilimo localizar um Jesus “adulto” no princípio, quanto mais um Jesus infante.

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