Consequências de um grave erro

A Ortodoxia Protestante nos deixou um legado irreversível naquilo que diz respeito à humanidade de Jesus. Basta apenas pesquisar alguns volumes que logo vemos a mesma teologia tradicionalista de sempre: Jesus foi 100% Deus e 100% homem, concluem sem devaneio algum, sugerindo que Jesus foi um Deus-Homem quando aqui andou, meio homem e meio Deus, não sendo um ser humano. Este tipo de ortodoxia profissionalizada criou uma série de mal entendidos em torno da pessoa de Jesus de Nazaré. O que conhecemos foi padronizado e constitucionalizado como sagrado. Cristãos do mundo inteiro foram instruídos através de uma doutrina que parece ter sido fossilizada na rocha, estabelecida conforme as regras da envelhecida ortodoxia “cristã”, que  fez do Senhor Jesus  um homem Deus, o andróide que veio do céu.

A doutrina do homem divino não está de acordo com o contexto apresentado nas Escrituras sobre o Messias. Esse legado foi passado de uma geração a outra  por tradições humanas oriundas da má interpretação de uma enorme quantidade de textos bíblicos. Tudo foi construído para ficar conforme o dogma do intérprete primário, aquele adotado pelos velhos concílios eclesiásticos,  que definiu a crença da massa cristã popular concernente ao assunto tratado neste site. Na verdade, essa tradição doutrinária viciada, amedrontada e acuada pelo catolicismo romano, entrou por um atalho e fez com que  “o estudo” ficasse segundo a crença menos complicada. Negando-se a enfrentar o significado real da mensagem nas Escrituras, afundando todo o contexto num lamaçal de heresias, eles optaram por tomar como base a conclusão da opinião teológica popular, conhecida como a mais conveniente. Infelizmente foi  dessa maneira que muitas heresias tiveram grande êxito no meio da cristandade.

Caro leitor, o que há de  mais perigoso é o que mais se assemelha a verdade. É por isso que as falsificações religiosas são tão mortais e muitas vezes são tolerados e não identificadas e expostas. Isso acontece porque cristãos em geral têm medo de que serão mal compreendidos e rotulados de hereges quando desafiados a registrar a verdade, e, mesmo que percebam que é apenas uma linha fina que separa os melhores dos piores, muitos recuam, pois  temem ser acusados de atacar o verdadeiro quando são confrontados com algum argumento lógico e padronizado. Muitos cristãos sinceros argumentam que os textos são tão próximos à realidade, que não veem problema algum em manter a mesma tese. Outros acreditam que a diferença envolve apenas sombras de significado no uso das palavras, e, por fim, abandonam a pesquisa, sem perceber que estavam descobrindo a cura para uma doença terrível, a heresia.

É possível que o nosso adversário realmente antecipou essas reações previsíveis humanas e tem habilmente criado desvios sutis da verdade que são raramente reconhecidas. Na verdade, eu acredito que ele seria insensato em não aproveitar a sua especialidade diante de seis mil anos “nas ciências da mente”. É por isso que o caminho do erro está sempre tão perto do caminho da verdade. Satanás tem apostado que o cristão médio será relutante em tomar uma posição contra algo tão próximo da verdade, especialmente se essa verdade envolve o sacrifício da Cruz, a vida imaculada do Filho de Deus associada a sua humanidade. Quem arriscaria estar em oposição às “verdades” e mistérios por trás daquilo que já foi anunciado pela massa teológica convencional? Parece muito mais seguro simplesmente tolerar a tradição que gira em torno do ensino sobre a divindade de Jesus do que o risco de ser mal interpretado ao atacar aquilo que muitos não consideram ser a falsificação quase perfeita.

Estou convencido de que Satanás inteligentemente produziu e popularizou um erro disfarçado, que conduziu a uma rede de erros intermináveis. E todos eles circulam em torno do tema mais caro, o mais mal entendido, o mais distorcido até por cristãos comprometidos com a justiça: a humanidade de Jesus e a Sua vitória sobre o pecado. Não pode haver dúvida de que a série de visões errôneas estão relacionados entre si por uma cadeia convincente da lógica humana e raciocínio. Se um ponto é verdade, então todos os outros pontos têm necessariamente de ser verdade também, acreditam muitos. Quem poderia descrever de verdade que Jesus era humano, nascido de uma mulher, uma descendente de humanos e caídos, condenados e sob juízo de Deus?

Embora a doutrina tenha criado uma enorme polêmica na Igreja atual, os cristãos mais modernos parecem aceitar a opinião padrão hoje sem pensar muito profundamente, e sem questionar. Fazendo isso, entram sem perceber em total acordo com o catolicismo romano e suas tradições que giram em torno do homem/Deus, que fez de Jesus um místico ser, uma divindade entidade, uma coisa do outro mundo. Tudo isso devido ao mau entendimento do que seja o pecado original. E a Igreja Católica foi tão longe na questão, que desenvolveu a forte doutrina do batismo infantil; e o que tem por trás desse batismo? Apenas pelo seu sacramento da aspersão poderia a maldição da culpa de Adão ser removido do bebê. Desde a salvação da criança, articulada em cima de um batismo adequado, a prioridade absoluta foi atribuído a esse ritual.

A doutrina do pecado original também deu origem ao dogma da Imaculada Conceição de Maria. Se cada bebê nasceu com a culpa em sua alma, alguma coisa teria que ser feita para preservar Jesus de ter sido gerado como os humanos debaixo de culpa. A solução católica foi criar a concepção milagrosa, mais milagrosa por causa da Maria divina, que, segundo os católicos, não conservou o efeito do pecado original. Assim, Jesus teria nascido de uma mãe especial, não terrena, diviníssima, sem participar da culpa de Adão, o que fez dele um  andróide santo  disfarçado de ser humano.

Como consequência de sua visão de Jesus como completamente diferente do homem, a Igreja Católica também introduziu o sistema ilegítimo de sacerdócio humano. Se o Filho de Deus não habitou neste mundo com a natureza dos humanos, então, a escada não havia sido construída do céu a terra. O abismo ainda estava sem ponte entre o Deus santo e a humanidade caída; alguns meios suplementares foram fornecidos para complementar a ligação: se  Jesus era [um] Deus quando aqui andou,  um homem celestial, então, foi necessário adicionar à fé dos pecadores os substitutos que pagariam a dívida pelos pecados do mundo, que deveriam ser levantados dentre os humanos, dos descendentes dos nossos primeiros pais. Assim, foram designados muitos outros sacerdotes, que ficaram conhecidos como mediadores terrenos, aptos ao sacrifício, pois alguém que não fosse Deus, ou um Deus, seria perfeito para substituir os pecadores.

Portanto, os humanos sentiram a necessidade de mostrar a Deus como os de baixo, os desta terra, são capazes de assumir a posição, pois, acreditando eles que Jesus mesmo venceu por ser Deus, ele não poderia ter sido o perfeito substituto dos pecadores caídos. A substituição que agradaria a Deus deveria ser tomada pelos santos gerados de mulher – alguns dentre os humanoides. Assim, um papel de mediador foi pedido para aqueles que haviam morado em carne pecaminosa, e que deveriam ser canonizados pela igreja como santos no céu. Finalmente, também à mãe de Jesus foi concedido o estatuto de intercessora entre o homem e Deus.

O motivo pelo qual milhões de cristãos não confessam que Jesus veio em carne, não era humano e nem trouxe as sequelas dos nascidos em Adão, é muito mais perigoso do que se pode imaginar. Por trás disso tudo posicionaram a milenar doutrina dos intercessores “capazes e justos” por que sacrificaram suas vidas sendo feitos mediadores no lugar de Cristo. Por esse motivo, cristãos em geral erram sem perceber quando concordam com a tese de que Jesus era Deus quando aqui andou por acreditarem que ele era um ser diferente dos humanos –  uma criatura ontológica, que espalhava sinais miraculosos por que veio do espaço.

Isso me faz lembrar dos caçadores de sinais nos tempos de Jesus, os incrédulos judeus. Imagine agora com que mentalidade eles disseram estas palavras enquanto observavam o Messias: “Todavia bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é”(João 7:27). Observem o misticismo que gera na imaginação judaica o homem misterioso, o esperado  deus do Olimpo, o andróide que vem do espaço. Provavelmente um ser humano não seria um perfeito substituto dos pecadores: “… quando vier o Messias, ninguém saberá de onde ele é”. Não é de admirar o porquê da religião oficial estar cheia de mediadores – afinal de contas ainda estão atrás de um substituto humano para quitar os pecados dos caídos em Adão.

Milhões dos chamados cristãos fecham os olhos para uma verdade essencial porque ignoram sem ressalvas a total humanidade do Senhor Jesus. Ele foi alguém nascido aqui; a Bíblia fala de seus irmãos e irmãs, cita seus parentes, entre eles tios e tias;  Ele também tinha uma profissão, a de carpinteiro, e residia numa cidade chamada Nazaré e, o mais incrível de tudo é que ele foi nosso salvador!

Quando olhamos profundamente para Jesus como o “… HOMEM aprovado por Deus” (Atos 2:22), que ofereceu sua vida por nós, devemos ser animados e fortificados na fé por saber que ele foi nosso substituto e deixar de lado o receio  de crer e falar de sua total humanidade, não tirando dele a qualidade principal para entendimento de todo o plano de Deus a nosso favor.

12 comentários em “Consequências de um grave erro”

  1. Parabéns pelo texto!!!

    Já disse e repito: na minha concepção, Jesus era totalmente humano, sem por, nem tirar absolutamente NADA, caso contrário, o sacrifício não teria validade alguma.
    Contudo, as pessagens abaixo revelam algo interessante, que precisa ser considerado:

    1 – “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, IMACULADO (sem pecado), separado dos pecadores (na forma de Adão antes da queda), e feito mais sublime do que os céus (mais puro do que os anjos); que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Jesus era perfeito moralmente, como Adão antes da queda)” (Hebreus 7:26-28).

    2 – “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo (Jesus foi santo desde a Sua concepção), que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).

    Essas passagens mostram, salvo melhor juízo, que não houve participação humana na concepção de Jesus. Ele foi concebido pelo ESPÍRITO SANTO, como diz Mateus 1:18, sendo, portanto, o último Adão (o último gerado sem pecado, como o foi Adão).

    Maria foi, tão somente, a gestora de Jesus, como uma barriga de aluguel. Aliás, é preciso ficar claro que, segundo a medicina, não há contacto do sangue da mãe com o sangue da criança, na gestação. A placenta é independente da mãe, de tal forma que a produção de sangue é expontânea e a nutrição do feto é realizada através do cordão umbilical.

    Assim sendo, no caso de Jesus, não houve uma célula sequer de Maria que fosse transferida para o bebê. Se houvesse, Jesus não teria nascido IMACULADO.

    1. Presado Marcelo, grato pela visita. Seu comentário é muitíssimo oportuno. Porém, eu não acredito que Jesus foi gerado como Adão antes da queda. E vou lhe dizer porque.

      Jesus é nascido de mulher (Gal 4:4. Compare com Rom 8:3 e atente para a frase: “enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado“.

      Um homem que foi descendente de Abraão e Davi (Mat 1:11) não pode ter sido gerado como Adão antes do pecado.

      Jesus é desse mundo: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo” 1 João 4:2,3

      “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2 João 1:7).

      Confessar que ele é preexistente é dizer que Ele não veio em carne. Confessar que ele veio em carne é o mesmo que dizer que ele foi um ser humano – que ele é desse mundo. A NTLH nos dá o sentido do texto: “Muitos enganadores têm se espalhado pelo mundo, afirmando que Jesus Cristo não veio como um ser humano. Quem faz isso é o Enganador e o Inimigo de Cristo“.

      Agora veja 1 João 4:2,3 pela NTLH: “É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo“.

      Ele nasceu como um de nós: “Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1 João 5:6).

      Hebreus 2:14-18 esclarece: “Visto que os filhos (nós) participam da carne e do sangue (natureza humana), também ele (Cristo) participou (i.e. “tomou parte”, cf. a Revised Standard Version) das mesmas coisas (natureza); para que pela morte aniquilasse…o diabo…Pois na verdade ele não socorre a anjos; mas sim à descendência de Abraão. Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante a seus irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote… a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados“.

      Esta passagem coloca extraordinária ênfase sobre o fato de que Jesus tinha natureza humana: “Ele também das mesmas coisas” tomou parte (Hb. 2:14). Esta frase usa três palavras, todas com o mesmo significado, apenas para esclarecer a idéia. Ele tomou parte “da mesma” natureza; o relato poderia ter dito “ele também tomou parte DELA”, mas enfatiza: “ele tomou parte da mesma“. Da mesma forma, Hb. 2:16 esclarece o fato que Cristo não tinha a natureza dos anjos, visto que ele era a semente de Abraão, que veio para trazer salvação à multidão de crentes que se tornariam semente de Abraão. Por causa disto era necessário que Cristo tivesse uma natureza humana. Em tudo ele devia “ser semelhante a seus irmãos” (Hb. 2:17) para que Deus pudesse nos assegurar perdão através do sacrifício de Cristo. Logo, dizer que Jesus não era totalmente de natureza humana, é ignorar os próprios princípios das boas novas de Cristo.

      Jesus era o Filho de Deus, mas sua posição foi para ser o salvador dos homens. Ele foi a semente da mulher, a semente de Abraão, a semente de Davi e “descendência” de Davi. (Ver Gênesis 3:15, João 7:42; Atos 13:23, Romanos 1:3, Gálatas 3:16, 2 Timóteo 2:8, Hebreus 2:16, Apocalipse 22:16). Jesus era um israelita natural da mesma forma como Paulo (Ver Romanos 9:3-5), sendo também fruto dos lombos de Davi segundo a carne (Atos 2:30).

      Tanto no hebraico como no grego a palavra traduzida como “Semente” na Bíblia se refere principalmente à prole biológica de homens e mulheres, e apenas secundariamente podem ser aplicadas como uma metáfora para a prole espiritual.

      O próprio Jesus identificou os judeus, mesmo aqueles que tentaram matá-lo, como sendo descendentes de Abraão (João 8:37). Maria compreendeu a descendência de Abraão para incluir “os pais”, a quem as promessas de Deus foram feitas (Lucas 1:55). Pedro compreendeu que os homens de Israel “foram as sementes de convênio” (Atos 3:12, 25). Paulo escreveu sobre “todas as sementes”, demonstrando que a palavra se aplica a todos os crentes bem como todos os descendentes físicos de Abraão (Romanos 4:16, 9:29). Paulo incluiu a muitas nações que vieram da descendência de Abraão na semente da qual falou Deus (Romanos 4:18; 11:1; II Coríntios 11:22). Além disso, Paulo ampliou o alcance da palavra “semente” para incluir todos os que viriam a ser os crentes em Cristo como a descendência espiritual de Abraão e os filhos de Deus (Romanos 9:7-8, Gálatas 3:29).

      Assim, a Escritura ensina claramente que Jesus Cristo estava biologicamente e geneticamente relacionado com Adão, Abraão, Isaac, Jacó, Judá e Davi, através de Eva e Maria, sua mãe. Todos morreram porque nasceram com a semente do pecado; o Jesus judeu, o homem e carpinteiro de Nazaré, que cumpriu toda a lei, morreu para sempre. Pertencemos a outro,

      ROM 7:4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo [ o ultimo Adão ], para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

      “… ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo”. 2 Co 5:16

      Assim, todo o contexto citado até aqui revela Jesus como homem, nascido como foram todos nós, participante de uma semente corruptível. E o que é corruptível [terreno e humano] tem que se revestir de incorruptibilidade,

      1 Co 15:54 – E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória

      Heb 2:16 “Pois na verdade Ele [Jesus] não tomou sobre si a natureza de anjos, mas Ele tomou sobre si a semente de Abraão”

      Como alguém poderia divinizar quem veio da semente de Abraão? Na verdade, nós fomos gerados de novo pelo Jesus incorruptível, e não do Jesus semente de Abraão,

      1Pe 1:23 “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre“.

      O Jesus ressuscitado é o novo homem!

      Efe 4:24 “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade“.

      Fica na paz

      1. Caro,
        Agradeço sua reposta e vou fazer uma análise das suas preciosas palavras.
        Em hipótese alguma, eu disse que Jesus não veio EM CARNE, ao contrário, creio que se cumpriu n’Ele o que o Espírito Santo havia escrito: “Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste” (Hebreus 10:5).
        Portanto, creio, sim, que Ele veio em semelhança da carne (que foi contaminada pelo pecado em Adão), porém, como dizem as Escrituras Sagrada, Ele era: “…santo, inocente, IMACULADO (sem pecado), separado dos pecadores” (Hebreus 7:26-28).
        Para ser SANTO, IMACULADO e SEPARADO DOS PECADORES, Jesus, necessariamente, não podia ter pecado em seu corpo (na sua natureza humana). Caso contrário, essas expressões não são verdadeiras.
        Mas, se o amigo não enxerga dessa maneira, queira, por gentileza, explicar cada uma dessas expressões (Hebreus 7:26-28), pois as Escrituras não podem mentir e nem se contradizer.
        Abraço.

      2. Marcelo, todos morrem em Adão (1 Cor 15:22). Aqui também diz que em Cristo todos serão vivificados, mas por causa da ressurreição dele.

        Isso diz muita coisa.

      3. Perdoe-me, mas, na minha modesta visão, suas palavras não me convenceram, pelo contrário, não explicaram as expressões citadas em Hebreus 7:26-28.
        A Bíblia diz, de forma clara, que Jesus foi gerado pelo ESPÍRITO SANTO e não por semente humana. Se houvesse uma única célula de Maria na geração de Jesus, ele não seria SANTO, IMACULADO e SEPARADO DOS PECADORES. Ao contrário, Ele seria mais um pecador, como todos os demais (obs: Jesus seria diferente apenas do primeiro Adão, que foi gerado sem pecado).
        Considerando o contexto biblico, jamais um homem gerado em pecado poderia não pecar (Salmo 51:5), pois não há um justo sequer que faça o bem e nunca peque (Romanos 3:10-23). Se não pecasse por palavras, tal homem pecaria por obras, ou por pensamento, ou por sentimento, visto que o pecado estaria nele.
        No entanto, a Bíblia diz que Jesus nunca pecou, seja por palavras, obras, pensamentos ou sentimentos (1 Pedro 2:22), algo possível somente para um único homem: o primeiro Adão (antes da queda).
        Somente um homem que fosse gerado da mesma forma que foi gerado o primeiro Adão (em estado de santidade) poderia não pecar, o que não significa que tal homem ( Jesus) não pudesse ter sido tentado, da mesma forma que ocorreu com Adão.
        Tanto o primeiro quanto o segundo Adão tinham força para resisitir ao pecado, exatamente por causa do estado natural que possuíam (SANTO E IMACULADO), de tal forma que o primeiro Adão, quando foi tentado, não resistiu (decidiu, por si só, pecar), mas o segundo Adão, diferentemente do primeiro, decidiu não pecar.
        Aliás, Jesus é o último Adão por duas razões:
        1 – Porque que não haveria outro SATO, IMACULADO e SEPARADO DOS PECADORES (como era Adão); e
        2 – Porque foi gerado exatamente como o primeiro Adão: no mesmo estado de santidade, sem mácula e separado dos pecadores (sem contaminação).
        Veja que, mesmo tendo um estado natural de santidade, Adão, em momento algum, deixou de ser considerado “homem”. Ou seja, não foi o estado original de Adão que o desabilitou a ser um ser humano.
        Portanto, não é o estado natural de Jesus (santo e imaculado) que o desabilita a ser considerado “homem”.
        Se não fosse dessa maneira que acabei de dizer, não teria razão da Bíblia dizer que Jesus era o ÚLTIMO Adão, visto que, depois de Jesus, muitos pessoas nasceram (logo, Ele não seria o “último”).
        Jesus era o ÚLTIMO Adão, exatamente porque nasceu IMACULADO, como o primeiro Adão (antes da queda).
        Finalizando, foi Deus quem preparou um corpo para que Sua eterna Palavra viesse em semelhança da carne. Contudo, segundo a Bíblia, tal corpo foi gerado milagrosamente pelo Espírito Santo e não por semente humana, sendo santo, imaculado e separado dos pecadores.
        Abraço.

      4. Meu prezado, ele foi o último Adão porque todo mundo morreu com ele. Digo, o velho mundo. Veja meu artigo “Tudo foi criado por Ele”.

        Eu vou lhe enviar uma resposta sobre Hebreus 7:26-28 em outra ocasião.

      5. Ainda respondendo ao seu comentário; tira um tempo e tenta digerir a tradução (Bible hub) de 2 Timóteo 2:8 e Romanos 1:3 com base no grego.

        Note apenas uma palavrinha que pode deixar qualquer teólogo, leigo ou professor de escola dominical de queixo caído e em silêncio. Eu não vou me envolver com algum estudo sobre isso tão cedo. Deixarei quieto, por enquanto.

        Falo sobre a palavra grega que traduz descendência:

        Romanos 1:3 – Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência (Gr.σπέρματος, – spermatos ) de Davi segundo a carne;

        2 Timoteo 2:8 – Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência (Gr.σπέρματος – spermatos) de Davi,

        Abra os dois versículos na bíblia hub e clique na opção grega de tradução.

      6. Quanto à expressão “descendência de Davi segundo a carne”, a Bíblia deixa claro que a GESTAÇÃO foi feita por uma mulher da LINHAGEM de Davi (não a geração, pois essa foi realizada pelo Espírito Santo), de forma que, na minha visão, essa questão da descendência está resolvida.
        A expressão “segundo a carne”, na minha visão, quer dizer, tão somente, que a mãe de Jesus (mãe não biológica) era de determinada LINHAGEM… ou seja, não está se referindo às propriedades do corpo de Jesus (da matéria), pois esse foi PREPARADO POR DEUS (Hebreus 10:5).
        Como referi, a Bíblia diz, de forma clara, que Jesus foi CONCEBIDO pelo Espírito Santo (gerado). Assim sendo, explique-nos, na sua visão, como foi essa concepção. Será que um espermatozóide de Deus fecundou um óvulo (pecador) de Maria, é isso?

      7. Eu não me referi a uma possível “relação sexual”, quando citei a palavra “espermatozóide”, mas me referi a uma possível materialização de um espermatozóide, simplesmente porque você parece sugerir que tenha havido participação de Maria na concepção de Jesus. Assim sendo, não vejo malícia nas minhas palavras.
        Persisto em querer saber qual é a sua visão acerca da concepção de Jesus no ventre de uma virgem, lembrando que a Bíblia diz o seguinte sobre a geraão de Jesus: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mateus 1:20).
        Outrossim, com relação à expressão “último Adão”, achei interessante sua explicação, mas prefiro entender que, assim como Adão era filho de Deus (Lucas 3:38), criado em estado de perfeição moral, o “último Adão” também o era, gerado pelo Espírito Santo, em estado de perfeição moral.
        Na minha visão, essa é a razão para Jesus ter recebido o título de “último Adão”, sendo Filho de Deus da mesma forma que o primeiro Adão o era (Lucas 1:32).

      8. Marcelo, Jesus foi o último Adão, não o segundo. Quando ele morreu, todos morreram com ele. Foi o fim da velha criação.

        Quando nascemos de novo (o que foi possível por causa do novo homem, feito pela ressurreição de Cristo) somos feitos segundo a imagem de Cristo:

        “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho , a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29).

        Ele é o primogênito da nova criação, como atesta Apocalípse 3:14:
        “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Aqui não fala sobre a criação de Gênesis, mas a nova criação.

        Começou tudo outra vez! Fomos feitos a imagem de Cristo! Ele não é um Adão ressuscitado, mas um novo homem.

        O Cristo de Maria morreu, mas quando ressurgiu era o novo homem; o “novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:24).

        Nós pertencemos ao que ressuscitou:
        “Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus” (Romanos 7:4).

        Aquele que está nele é nova criatura: “Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo (o judeu filho de Maria) segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo (ressuscitado), nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:16-17).

        O cristão é nova criatura; sendo nova criatura ele vai participar de uma nova criação, que será definitivamente vivida no mundo por vir.

        Observe os ecos do prólogo de João nas palavras de Paulo no assunto NOVA criação, que é uma declaração geral sobre Deus e a criação de todas as coisas em Cristo: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra…” (Col 1:16).

        Paulo usa a expressão “todas as coisas” e seu ponto é sobre a nova criação, não a criação de Gênesis, porque ele fala de coisas, incluindo pessoas vivas nos seus dias – os “nós” nele: “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”, 1 Cor 8:6.

        Na era vindoura vamos experimentar plenamente o que é esta reconciliação de todas as coisas por Cristo: “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”, Ef 1:10.

        Acabou! Está consumado! Esse é o significado das palavras de Jesus no Calvário. É como se voltássemos para o Éden, ou algo muito maior. Por esse motivo os cristãos são chamados de novas criaturas: eles vivem numa nova criação, aquilo que vamos vivenciar de forma plena no mundo vindouro.

        É uma evidência de algo muito maior do que a criação em Gênesis. No entanto, Jesus não é apresentado como o Criador sui generis (isto é, unicamente como o criador), mas como alguém com quem a nova criação estava ocorrendo (Rm 8:32). Deus criou em Cristo. Esta parceria é um reflexo da cooperação entre o Pai e os anjos na criação original: “… façamos o homem à nossa imagem …” (Gen 1:26) . E assim de Cristo está escrito, “… para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo assim a paz” (Ef 2:15) .

        Aqui lemos que Cristo é a nossa paz, tendo abolido em sua carne a inimizade a fim de fazer em si mesmo um novo homem, reconciliando tanto judeus como gentios para com Deus. No entanto, em Cl 1: 19-20, lemos que Deus faz a paz através do sangue de sua cruz, e por Cristo, reconciliando todas as coisas para si mesmo, no corpo de sua carne. Então, ambos, Deus Pai e Seu Filho estão envolvidos com este trabalho.

        Cristo é o primogênito da Nova Criação. A ressurreição de Cristo deu início a nova criação. Por isso ele é o primogênito entre os mortos; o primogênito da nova criação de novas criaturas imortais. Imortais porque estão aguardando a ressurreição de seus corpos; Cristo foi o primeiro (1 Cor 15:20,23).

        Veja o que diz João em Apocalipse: “e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados” (Apocalipse 1:5).

      9. Podemos olhar para a questão do último Adão por um outro prisma, ou seja, do prisma da vida, e não da morte, conforme a seguinte passagem: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo” (Efésios 2:4-6).
        Dessa forma, a Bíblia mostra que morremos em Adão (para Deus), mas somos vivificados em Cristo (para Deus). Assim sendo, não somos; mortos em Cristo, mas vivificados nele.
        Outrossim, as Escrituras revelam que, no primeiro Adão (primeiro filho de Deus, segundo Lucas 3:38), nos tornamos filhos do diabo (depois da queda), mas, no segundo filho de Deus (Jesus), deixamos de sê-lo, e nos tornamos filhos de Deus: “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus” (1 João 3:10).
        Quanto à expressão “primogênito”, é preciso lembrar de que ela nem sempre significa “primeiro”, mas pode significar “principal”, como nos mostra a seguinte passagem; “Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito”(Jeremias 31:9).

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